domingo, 21 de outubro de 2012

tais quais fundos de vento frio,
por dentro
do escuro
da gente.

Efeito fisiológico.

O frio demonstra...

- dos personagens misteriosos que atravessam a vida.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

onde a ideologia
desenvolvimentista
e seu progresso (?)
cega a vista
- e a vida -
coletiva.

sobreviveremos?

cívica-urbe: em que, ainda, re-cre-a-re-mos.

do criar
e re-criar
v-i-d-a

- às ideias.

sábado, 11 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012


porque nem toda sorte se vê lida ao fundo de uma xícara:

há, ainda,
calor e textura,
concentrados,
na crema viva que corre

em algum - espresso - coração humano.

domingo, 24 de junho de 2012


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na primazia do fingimento
no mascarar dos corpos
traço íngreme no gostar de figurar
e apenas fingir figurar
sem findar o estreito da violência

dança da solidão
câmera de imagens
em cores, ou não.

o preto e o branco
no eterno desencontro,
ainda que no cruzar pelo infinito;
violação.

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vi-o-la-ção:

a quem se sente
papel em branco
e, quem sabe,

perene.

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(e que todos os traços morram,
- e que permaneçam mortos -
e que tudo que se foi se finde,
no mesmo abismo em que talvez se joguem
aqueles que desejam
sair da auréola do fingimento)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

na linha da vida

(espectro)

vens inteiro
e me transformas a vida
com próprias formas e cores
tuas

arrepio na anima

quando chegas
e me tomas inteira
- furto -
e me inebrias

e me alteras a biografia.

- questão de traço.

domingo, 3 de junho de 2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012


a interrogação que também é bomba relógio.
- Diego Alexandre.


traçado
de peças, pedras, retas
e defeitos
de um papel construído
de bases levantadas
tendo como corpo de sua estrutura
concreto
armado com o dessabor da falta de dignidade
em suas formas
de nada além do padrão disforme
em seus presentes resultados
de hostilidade gratuita
erguendo pilares
e contornando a face
do extremo mal gosto

egoísmo em pauta.

[e a tolerância
     des-
mo-
   ro-
 nan-
     do]

domingo, 20 de maio de 2012

dou-tri-ne
im-pen-se

pela saída do estado de
duplipensar
se concebendo em
monopensar

- agora sem necesidade da dou-tri-na;
não há mais o tal do duplipensamento -

cultura tansmutada em instinto.

- porque é natural
e, como tal que é,
não há como mudar -

pra que
todos nós
viremos
papel
em branco

- já estão todos civilizados -

(na-tu-ra-li-za-ção)

domingo, 13 de maio de 2012

seus traçados todos,
aos teus olhos,
tudo

sentido projetado na abstrata leveza íntima
de uma imagem-carinho

dormem duas peles

encontro

um silêncio quase absoluto.

o sentes
- presença

te afagas de uma calmaria cor-de-café

palpitas,
comboio de corda,
porque se o teu amado respira a milhas,
pertinho o teu ouvido o escuta

amor.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

desatando os nós
de uma inércia
imposta.
desatando os nós
de um viver
emudecido.

desfazendo o pensar
o outro
com sendo "um outro"
para pensar em si como também sendo este outro
e sendo, agora, todos:
um grande "Nós".

de nós atados e estreitos;
de nós firmes e seguros;
de nós em nós de forma enorme.

o campo das relações – dispersas – pedindo help!

[corpos em busca da liberdade do ser-em-si-sendo-o-outro]

domingo, 8 de abril de 2012

existe em mim
um metro e sessenta e oito
de ser
se expandindo
em sentidos
pra preencher cada centímetro dos teus
um metro e noventa.

e, porque preciso,
me transponho toda pra perto
bem perto
de você
que
todo dia
me salva.

[saindo do corpo]

amor-amor. <3

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Alívio

Na abstinência
de qualquer que seja a culpa
antes mesmo de pensar
em matar
pra não morrer.

Traço estreito o fio da vida toca.

quarta-feira, 14 de março de 2012

bons ventos sopram,
moldando,
inclusive,
os pensamentos;

-- e até mesmo a linha da vida --

bons ventos sopram
a linearidade que falta
ou que se pode deixar de ver

no tempo...

terça-feira, 13 de março de 2012

[e pelas encostas da alma
venho descobrindo
não ser o céu
– meus resquícios de céu –
tão grandioso assim.]

miragem: o outro.
vazio: o nada.

o culto aos ícones da própria imagem.

lamento.

pausa

silêncio.

estão todos gritando sobre si mesmos
a vida parou, emudecida.
o mundo segue, 
e apenas busca espelhos de reflexos pré-moldados.
o eu sem limites entre o ser e as coisas.
(o eu sem limites ente o si mesmo e outro)

o grandioso eu mesmo em único lugar.

[porque o desprezo, talvez, não seja coisa a se ver naquilo que chamamos de céu.]

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Estrondo é alcançar um pensamento
em que a fonte principal se dá pelo tempo:
é a poesia latente que grita.
Tempo tal que suga a mente,
que engole, no mergulhar nos muitos mundos - vastos mundos.
Do olhar que delimita, desenha, se constrói, põe a cor.
O olhar de qual o pensamento que se pode vir a ter.

Universo de emparelhados de tempos multifocados.
Rodeamento de tempo sobre o que se pensa e o que se pode vir a ter como realidade.
Uma sequência desassociada, constante e alheia por convenção.
(legado de um ver e um conhecer sob limites)

Temporalidade, influência.
Recorte.

O tempo é tal, que delineia pensamentos, sentimentos,
realidades milimetradas.

O tempo é tal, que nunca pára.*

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[*até que se revolucione o paradigma.]

domingo, 8 de janeiro de 2012

o tédio vem
mais que a ansiedade
o tédio vem
mais que o sono ignorado
o tédio vem
mais que o ódio acumulado,
colocado em xeque - e sob vários planos
o tédio vem
mais que essa vontade de jogar
um falso-vaso-chinês contra a parede,
e jogar muito mais junto a ele.

o tédio vem
mais que o próprio tédio...

e não cala.