segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Meia verdade

Visitando meu interior, perdi-me em tudo que vi.
Beijei minhas palavras vãs, e de seu veneno quis fugir;
Mas não pude, pois de mim parte faziam.
As palavras, o veneno, tudo. Mas de mim não entendia.

Foi depois de certos tempos que eu pude relembrar;
Quantas coisas nessa vida que estavam sempre lá,
Guardadas, trancadas, para nunca alguém ver.
A palavra nunca dita me fez chorar sem saber.

Escondi-me, tantas vezes. Por centenas de segundos.
E cada instante que passava, enrigessia minhas palavras;
Mas a parte mais triste de tudo é que perdi-me de mim.

E deste tão sofrido modo, perdi-me de ti.
Sinto-me presa agora, não sei como retornar.
A cada instante que se passa, o destino vem me perturbar.

Seria...

Se pudesse viver eternamente, desejaria a história escrever.
Mitos, contos, fatos... Nada que eu não soubesse dizer.
Ir além de onde qualquer ser humano jamais conseguiu
E de tudo saber fazer. Alcançar a imortalidade...
Sonho de tantos... Mas feito real apenas de máquinas.

Se pudesse ser máquina, ela não gostaria de ser...
Porque viver sem sentimento é de fato morrer;
Para o mundo, para os sentimentos, para si.
E quanto mais existisse, menos viveria...
E quanto mais eu vivesse, menos saberia.

Então de que me valeria a eternidade, se nada por mim sentiriam
Se nada por alguém eu sentiria e deste modo sofreria
A dor de nunca ter vivido de fato;
De nunca ter me enganado; De nada enfim ter aproveitado.
E sendo assim, o desprazer de nunca ter amado.